domingo, 26 de fevereiro de 2012

O outro lado de Hawaii - Os Descendentes



          Os Descendentes de início informa: aqui você verá um filme sobre Hawaii, mas sem camisas florais e pranchas de surfe. Na realidade, esqueceríamos fácil que estamos lá se não fosse pela trilha sonora.
Confesso que tenho receio a assistir a filmes que George Clooney é o protagonista. Sim, preconceito meu. Ele é um ator bom, mas acho que às vezes ele se "apoia" do ar galanteador que possui (e, não, não é inveja). Como bom amante do cinema, não deixei de assistir. E afirmo, me surpreendi.
Os Descendentes narra a história de um advogado Matt King (Clooney), que tem sua mulher em coma e uma herança (dividida entre sua família) para gerir. O acidente com sua esposa faz com que sua vida vire de cabeça para baixo, forçando-o a se tornar um pai presente. Com uma filha de 10 anos e outra de 17 - enquanto uma não entende o que é morte, a outra sabe o que significa sexo. O roteiro por si não é algo inovador, é normal, estilo sessão da tarde. Mas o grande porém - esse, o pó de riso do filme - é a revelação que sua mulher tinha um amante. Revelação essa que segue com a cena mais cômica, na minha opinião: George Clooney correndo. Saindo de todos os padrões de um galã (desenvoltura, velocidade, força) ele corre duro, sem ginga ou cara de herói, é hilário. Só por isso ele merecia o Oscar de melhor ator. E o pior, o amante de sua mulher é o imobiliário que pretende comprar a herança de sua família. Um punhado de terra num lugar paradisíaco do Hawaii.
O filme se desenrola suave, sem pressa ou cenas inexas. Isso se deve às semelhanças com a vida real; é fácil narrar uma história que possivelmente pode ou quiçá já aconteceu. Ficamos íntimos da família, temos os mesmo sentimentos e aflições. Fato engraçado que assisti a esse filme no cinema e, quanto mais próximo do fim, mais soluços de choro eu ouvia na sala.
O filme é muito comovente. Cenas que merecem destaque: quando sua filha mais velha Alex (Shailene Woodley) despede-se de sua mãe e nota o quão parecidas são, nos defeitos e nas qualidades. E, claro, quando Matt (Clooney) se despede e enfim desabafa todos os porquês que o afligiram. É impossível não repensar a vida.
Como disse anteriormente, esse filme tem um história bem sessão da tarde, não surpreende, mas é gostoso de assistir. Alexandre Payne soube conduzir belamente essa história. 

O longa concorre ao Oscar de melhor filme, mas é improvável que vença. Quem sabe Clooney leve o de melhor ator. Por fim e finalmente, George Clooney conquistou minha atenção.

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